Diagnóstico de Diabetes Mellitus
Entender cedo é cuidar melhor.
Walkiria Vieira
10/14/20253 min ler
Quando o conhecimento salva antes que a doença apareça
Você já imaginou quantas histórias poderiam ter um novo começo se o diagnóstico do diabetes chegasse mais cedo?
Muitas vezes, o corpo dá sinais silenciosos — uma sede maior que o normal, um cansaço inexplicável, uma vontade constante de urinar ou uma visão embaçada. São pequenos alertas que merecem atenção, e não medo.
O diagnóstico do diabetes não é um ponto final, e sim um convite para o recomeço — uma oportunidade de cuidar da saúde com consciência, equilíbrio e amor próprio.
O que a ciência nos ensina sobre o diagnóstico
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD, 2024), o diagnóstico do diabetes mellitus é feito pela identificação da hiperglicemia — o aumento da glicose no sangue. Para isso, há quatro exames principais, todos seguros e reconhecidos pela comunidade científica:
Glicemia de jejum: quando o açúcar no sangue está igual ou acima de 126 mg/dL, após 8 a 12 horas sem comer;
Hemoglobina glicada (HbA1c): mostra a média da glicose nos últimos 2 a 3 meses; valores a partir de 6,5% indicam diabetes;
Teste oral de tolerância à glicose (TTGO) – 1 hora: se o resultado for maior ou igual a 209 mg/dL, confirma o diagnóstico;
Glicemia casual: quando, mesmo sem jejum, a glicose estiver acima de 200 mg/dL em pessoas com sintomas clássicos (sede, urina em excesso, perda de peso).
Esses testes ajudam a identificar tanto quem já tem diabetes, quanto quem está em um estágio chamado de pré-diabetes — um momento precioso em que a mudança de hábitos pode impedir a evolução da doença.
A boa notícia é que, hoje, quanto antes descobrimos, mais podemos prevenir.
A nova geração do diagnóstico: praticidade e precisão
Uma das novidades mais animadoras nas diretrizes da SBD é a valorização do TTGO de 1 hora (TTGO-1h).
Mais prático que o teste tradicional de 2 horas, ele permite detectar precocemente o diabetes tipo 2 e até o pré-diabetes, aumentando as chances de uma intervenção eficaz e o início rápido do cuidado.
Isso significa menos espera, mais conforto e diagnósticos mais precisos — especialmente para quem precisa cuidar da saúde de forma preventiva.
O rastreamento é um gesto de amor próprio
A SBD recomenda que todas as pessoas a partir dos 35 anos façam o rastreamento do diabetes, mesmo sem sintomas.
Mas se houver sobrepeso, histórico familiar, hipertensão, ovários policísticos ou sedentarismo, é importante iniciar antes.
Fazer o exame não é motivo de medo, mas um ato de coragem e responsabilidade com a própria vida.
O diagnóstico precoce permite agir a tempo, evitar complicações e viver com qualidade, energia e esperança.
E lembre-se: o diabetes é uma condição que não define quem você é — apenas orienta como você pode se cuidar melhor.
Cuidar é caminhar com conhecimento e apoio
Entender o diagnóstico é o primeiro passo, mas o acompanhamento profissional é essencial.
O nutricionista tem um papel fundamental nesse processo: ajuda a traduzir os números em escolhas, o medo em confiança e a informação em transformação.
Com o olhar certo, o diagnóstico se torna um ponto de virada, não de fim.
A ciência confirma: conhecer o próprio corpo é a forma mais bonita de cuidar dele.
Por Walkíria da Cruz Vieira Soares
Nutricionista, especialista em diabetes e amante de educação.
Referências
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES (SBD). Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes: Diagnóstico de Diabetes Mellitus. São Paulo: SBD, 2024.
AMERICAN DIABETES ASSOCIATION (ADA). Diagnosis and Classification of Diabetes: Standards of Care in Diabetes 2024. Diabetes Care, v.47, supl.1, p. S20–S42, 2024.
BERGMAN, M. et al. International Diabetes Federation Position Statement on the 1-hour post-load plasma glucose for the diagnosis of intermediate hyperglycaemia and type 2 diabetes. Diabetes Research and Clinical Practice, v.209, 111589, 2024.
SELVIN, E. et al. Prognostic implications of single-sample confirmatory testing for undiagnosed diabetes. Annals of Internal Medicine, v.169, p.156–164, 2018.
